Do cofrinho ao PIX: como crianças estão aprendendo a lidar com o dinheiro; especialista explica
Educação financeira: saiba como crianças devem aprender a lidar com dinheiro 💰 Em tempos de inflação e juros altos, até os pequenos estão aprendendo a...

Educação financeira: saiba como crianças devem aprender a lidar com dinheiro 💰 Em tempos de inflação e juros altos, até os pequenos estão aprendendo a cuidar do bolso. Segundo especialistas, a conversa sobre dinheiro pode começar desde cedo dentro de casa, com um diálogo leve e que faça sentido à realidade da criança. Ensinar sobre dinheiro aos filhos é uma tendência crescente. Uma pesquisa da Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, revela que 53% dos pais brasileiros começam a abordar o tema das finanças com as crianças antes dos oito anos de idade. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O educador financeiro Diego Angelos explica que a conversa pode começar até antes disso, e que o segredo é adaptar o tema à idade da criança: “Desde os dois anos já dá pra falar sobre dinheiro, de forma lúdica. A criança começa a pedir coisas, e esse é o momento ideal pra explicar que o dinheiro tem valor e que nem tudo dá pra ter ao mesmo tempo”, diz. Segundo ele, a abordagem deve evoluir com o tempo: Dos 2 aos 5 anos: é hora de usar brincadeiras e exemplos simples, como comparar preços no supermercado. A partir dos 6 ou 7 anos: dá para começar com uma “semanada” (valor que recebe semanalmente), pequenos valores para a criança administrar. Por volta dos 9 ou 10 anos: já é possível introduzir o conceito de mesada e falar sobre investimentos básicos, como poupança e CDBs. Exemplo em casa Benjamin, Bernardo e Beatriz Reprodução/ RBS TV Em Porto Alegre, a família Orguin transformou a educação financeira em atividade cotidiana, envolvendo crianças e adolescentes em práticas que vão muito além da mesada. Benjamin, de 7 anos, conta moedas com atenção. Bernardo, de 11, acompanha o rendimento dos investimentos. E Beatriz, de 13, já entende sobre diferentes meios de pagamentos: “Tem vezes que a gente usa o cartão, tem vezes que paga com dinheiro mesmo. Mas como o dinheiro físico já tá quase extinto, a gente acaba pagando com cartão”, diz a menina. A mãe, Kemberli Alves Lopes, trabalha como manicure e incentiva os filhos a falar sobre finanças desde cedo: “Eu fui uma criança que não teve educação financeira. Passei alguns trabalhos durante a vida”, conta. Kemberli teve uma loja que fechou durante a pandemia e ainda paga as dívidas deixadas pelo negócio. A partir dessa vivência, decidiu ensinar os filhos a cuidar do dinheiro com mais consciência. “Hoje eu mostro os preços no supermercado, ensino a calcular o custo-benefício dos produtos. É no dia a dia que eles aprendem", explica. O resultado aparece nas conversas em casa. Bernardo, o filho do meio, já demonstra curiosidade por investimentos: “Meu porquinho é no aplicativo do banco. O CDI tá baixo, não tá rendendo tanto”, comenta o menino. O que é CDI e CDB 🤔 O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é um índice que serve de referência para o rendimento de vários tipos de investimento, como CDBs e fundos. Na prática, ele mostra quanto o dinheiro rende no mercado financeiro, funcionando como uma taxa básica entre bancos. Quando o CDI está alto, os investimentos que usam essa taxa como referência rendem mais. E, quando está baixo, o retorno é menor. Já o Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um modelo de investimento de renda fixa em que o investidor empresta dinheiro ao banco ou instituição financeira para que o mesmo realize suas atividades. Esse tipo de investimento possibilita que o investidor tenha um rendimento fixo, definido no momento em que o dinheiro é alocado. Dinheiro, trabalho e sonhos Moedas de real; dinheiro Bruno Domingos/ Reuters O especialista lembra que a conversa sobre finanças não precisa ser pesada. “É importante falar de dinheiro com leveza, relacionando com sonhos e objetivos. Se a conversa for só sobre dívida e cobrança, a criança pode criar uma relação negativa com o tema”, afirma Angelos. E mesmo com o avanço do dinheiro digital, com PIX, cartões e aplicativos, as lições continuam as mesmas: “Hoje o dinheiro não está mais nas mãos, está no celular. Por isso, é essencial explicar que ele vem do trabalho, que está no banco e que tem limites”, completa. VÍDEOS: Tudo sobre o RS